- Quem Somos
- Proposta Pedagógica
- Segmentos
-
Onde Estamos
- Bilíngue
- Blog
- Teste Agradecimento
AUTOR
Equipe SEB
ASSUNTO
Pais, Filhos e Escola
TEMPO DE LEITURA
7 min
Desenvolver a resiliência desde cedo nas crianças é muito importante, já que, nós, adultos, não poderemos protegê-las de todas as ameaças ou desafios que porventura possam surgir, agora ou no futuro, e, em alguns momentos, será a resiliência o melhor caminho para elas vencerem as adversidades. É importante que os pequenos sejam capazes de lidar com o estresse e com as mudanças, muitas vezes significativas e nem sempre positivas, em suas vidas.
Nesse artigo, veremos que a resiliência é desenvolvida e fortalecida por meio de experiências de vida específicas. Continue a leitura a seguir e saiba mais!
Resiliência é o processo de lidar com diferentes tipos de estresse e se recuperar de traumas ou adversidades. Desde pequenas dificuldades no início da vida até a perda de um ente querido, relacionamentos rompidos, a perda ou questões relacionadas a emprego, problemas de saúde ou desastres naturais — as situações adversas podem vir em vários pacotes. Uma pessoa resiliente pode continuar seguindo em frente e, até mesmo, prosperar após um cenário como um dos que foi descrito.
No caso de crianças, especialistas em psicologia infantil observaram que algumas delas enfrentavam traumas e saíam quase ilesas, enquanto outras desmoronavam. Em seus estudos, muitas vezes eles, no início, se concentravam na identificação de fatores de risco, como traços de personalidade e vulnerabilidades que poderiam contribuir para resultados negativos em algumas crianças.
Posteriormente, eles inverteram essa abordagem: começaram a olhar para os fatores que contribuíam para resultados positivos nas crianças em risco, os chamados “fatores de resiliência” ou “fatores de proteção”. Essas são as variáveis que, quando presentes na vida de uma pessoa durante a infância, a tornam mais resiliente. Consequentemente, tais variáveis fazem com que essa pessoa tenha melhor saúde física e mental.
Não apenas isso, mas também, parecem se somar outros aspectos: quanto mais fatores de proteção estiverem presentes, melhor será a oportunidade de uma criança se adaptar positivamente a circunstâncias difíceis.
No entanto, os fatores de risco também podem impactar no modo como a pessoa lida com as dificuldades. Pequenos expostos a seis ou mais fatores de riscos têm maior probabilidade de desenvolver transtornos externalizantes, como os de conduta, entre outros.
Resiliência é, essencialmente, o acúmulo de fatores de proteção contra os fatores de risco. Pense nisso como uma balança: empilhe os de proteção de um lado e os de risco do outro.
As crianças se tornam resilientes quando o efeito dos fatores de proteção supera os de risco. Isso significa que, com um histórico de adversidades significativas, elas podem precisar de muito mais resultados positivos para inclinar a escala e se tornarem resilientes.
Os estudiosos identificaram vários fatores que se agrupam em três categorias gerais: família, indivíduo e comunidade. Eles tocam em vários problemas, mas há um tema recorrente, que perpassa muitos deles: conexão com as pessoas que apoiam essas crianças.
Na verdade, muitos anos de pesquisa indicam que a resiliência infantil depende, principalmente, de suas conexões com outras pessoas.
Vamos dar uma olhada nessas três categorias de fatores de proteção, elencando alguns fatores como exemplo, e, em seguida, discutiremos como promovê-los nas crianças.
Dada essa compreensão dos fatores de proteção, é possível adotar estratégias específicas para ajudar a desenvolver resiliência em crianças. Embora alguns não possam ser alterados, como a composição genética de cada criança, há muitos deles que podemos fornecer ou apoiar ativamente.
Seguem algumas dicas para desenvolver a resiliência infantil.
O fator mais comum na construção da resiliência é ter um relacionamento próximo e positivo com pais ou responsáveis afetuosos, receptivos e solidários.
É possível construir esse relacionamento positivo por meio do que os especialistas em desenvolvimento infantil chamam de controle parental autoritativo. Pais ou responsáveis autoritativos são afetuosos e receptivos às emoções de seus filhos, facilitando o desenvolvimento da regulação emocional, um fator de proteção fundamental.
Eles também permitem autonomia e incentivam a independência, ajudando as crianças a desenvolverem o senso de controle de suas próprias vidas. O controle parental autoritativo também incentiva outros fatores valiosos, como autoestima, competência social e habilidades de comunicação.
Em contraste, o amor severo dos pais ou responsáveis não apoia esses fatores de proteção. Com isso, é menos provável que produza crianças e jovens fortemente resilientes.
O ensino direto de habilidades de enfrentamento pode ajudar a criar filhos resilientes. Os mecanismos de enfrentamento não são úteis apenas para reagir a dificuldades severas, mas também para lidar com os desafios e transições do dia a dia.
Assim, os pais ou responsáveis podem tratar as mudanças ou dificuldades comuns como oportunidades para incutir essas habilidades.
Além disso, ao aprender a lidar positivamente com as mudanças em sua vida cotidiana, as crianças podem construir um senso de autoeficácia e controle percebido que as conduzirá aos desafios futuros.
Habilidades de enfrentamento positivas também incluem:
Os pais ou responsáveis também podem ajudar seus filhos a se tornarem resilientes, garantindo que eles frequentem ambientes positivos, a começar pela própria escola e pelo seu lar. Buscar ajuda para qualquer problema de saúde mental ou conjugal, e modelar estratégias de enfrentamento, são maneiras pelas quais os pais ou responsáveis podem melhorar o ambiente doméstico.
Ao mesmo tempo, é importante que eles se envolvam na educação de seus filhos e garantam, junto com os professores e com a equipe pedagógica da escola, uma experiência escolar positiva, sobretudo, ajudando a criança a gostar de estudar. Por fim, eles podem apoiar seus filhos no desenvolvimento de redes sociais positivas.
É importante criar um ambiente positivo e saudável para os filhos, mas sem mantê-los em uma bolha. Não é possível manter um lar perfeito ou proteger as crianças de todos os possíveis estresses sociais e escolares.
Nem todo desgaste é prejudicial às crianças. Na verdade, elas também precisam de situações desafiadoras para desenvolverem sua tolerância. A exposição ao estresse, em níveis controláveis, vai ajudá-las também a desenvolverem estratégias de enfrentamento e se tornarem resilientes.
Os psicólogos chamam isso de estresse positivo, porque pode promover o crescimento nas habilidades de enfrentamento.
Mas há uma advertência importante: a ajuda de um adulto solidário é fundamental para controlar o estresse e, assim, transformar a exposição ao estresse em um agente criador de resiliência.
Com essas dicas, será mais fácil entender o processo do desenvolvimento da resiliência desde cedo nos pequenos. Dessa forma, ajudamos nossas crianças a se tornarem adultos mais seguros e preparados para enfrentarem os desafios impostos pela vida.
Gostou do conteúdo? Aproveite para baixar nosso manual completo para pais e responsáveis sobre educação além da escola.